STCP a caminho do futuro
Por Manuel Pizarro
Vereador da CMP. Presidente da Federação Distrital do Porto do PS.
2018 inicia-se com a entrada em funções do novo Conselho de Administração da STCP. A sua composição concretiza a intenção descentralizadora assumida pelo Governo socialista e o acordo estabelecido entre o Estado, a Área Metropolitana do Porto e os seis Municípios em que esta empresa de transporte coletivo opera.
Trata-se de um facto da maior importância para todo este espaço territorial e para as pessoas que nele residem, trabalham ou estudam.
As Câmaras Municipais, que detêm as competências em relação às opções urbanísticas e à gestão da via pública, passarão também a governar a empresa pública de transportes. É uma medida de evidente clarividência política. As questões da mobilidade são centrais para o desenho e para o funcionamento das cidades e os órgãos de poder local devem ter a capacidade de intervir, de forma coordenada, nos diferentes domínios da vida urbana. É o que se chama política de proximidade.
Mas, esta solução só foi possível porque um Governo do PS substituiu a anterior coligação PSD/CDS que tentou impor, à força e à pressa, contra a opinião de todos os Municípios, mesmo aqueles cuja governação era dirigida pelo próprio PSD, uma concessão da STCP, verdadeira privatização encapotada. O que está hoje a acontecer nos CTT, privatizados na mesma onda de fúria contra o serviço público, mostra bem o que teria acontecido no Porto se o Governo PS não tivesse revertido a decisão anterior e encetado um caminho de diálogo e concertação com as autarquias.
Recorde-se, aliás, a operação de sabotagem e progressiva destruição da STCP que, nesses anos de chumbo da governação PSD/CDS, estava em curso. Entre 2011 e 2015, a empresa perdeu 26 milhões de passageiros, mais de 27% da procura. Milhares de serviços agendados ficavam por realizar. Todos os dias o serviço público de transportes perdia clientes, sem que os governantes mostrassem qualquer preocupação.
Ao contrário, em 2016 e 2017, a STCP contratou 70 motoristas, alargou em 10% a sua oferta, aumentou em 3 milhões o número anual de passageiros. Foi estabelecido um Acordo de Empresa que faz justiça à qualidade e dedicação dos trabalhadores. Tudo conseguido com gestão financeira rigorosa e equilibrada. Mais recentemente, o Governo financiou a aquisição de 188 novos autocarros, elétricos e a gás, numa importante operação para melhorar o conforto e o ambiente.
No futuro, com a gestão da empresa pelos Municípios, há razões para confiar que este processo de melhoria se vai intensificar. Mostrando, uma vez mais, que o caminho da descentralização é essencial para termos um país melhor.
Manuel Pizarro Vereador da CMP. Presidente da Federação Distrital do Porto do PS.