Por José Baptista Pereira
Presidente da Comissão Política Concelhia do PS Paredes
Na última semana Paredes foi notícia na imprensa nacional porque foi a partir desta cidade que o primeiro-ministro, António Costa fez um empolgado discurso revelando a confiança que a Europa, demonstrou na capacidade de Portugal sair do sufoco em que se encontrava. Esta intervenção ocorreu durante a apresentação de Alexandre Almeida como candidato socialista à câmara municipal de Paredes e como o motor da mudança necessária para este concelho.
Depois de algumas semanas em que os jornais nacionais falaram de Paredes por coisas más, suspeitas de fraudes e cambalachos, ainda bem que foi largamente divulgada a boa notícia de que está para breve a mudança. Tal como aconteceu no país, em Paredes a única esperança é a mudança radical de ideologia e de práticas.
Enganam-se os que ainda pensam que os políticos são todos iguais. A retoma da nossa economia e da esperança nacional são prova do contrário. Não se confundam. Não há qualquer semelhança entre a verdadeira social-democracia do Partido Socialista e o neoliberalismo de Passos Coelho e companhia.
Também entre nós não pode haver dúvidas de que nada será como dantes. O potencial deste concelho é enorme e está por realizar. As sucessivas promessas de projectos megalómanos e irreais que poderiam tirar o concelho do anonimato, que tanta gente enganou e que foram o sustento de sucessivas eleições, contribuíram para que caíssemos no ridículo e que fossemos objecto da chacota nacional. Sim, saímos do anonimato mas pelas piores razões. Em 2010 foi lançada a ideia da construção do Planit Valley, ou cidade do futuro. Depois foi a ideia da construção do maior mastro de bandeira do mundo que nos trouxe à ribalta pela música dos “Deolinda”. Ainda assistimos à alienação dos espaços desportivos da cidade de Paredes para que se construísse a maior cidade desportiva a norte de Rio Maior. O projecto era bonito mas irrealizável. Finalmente, a construção dos megas agrupamentos escolares, os melhores do país, que custaram os olhos da cara, que hipotecaram o futuro do desenvolvimento do concelho e que afinal estão cheios de defeitos de construção e desadaptados às necessidades dos alunos. Enganados foram os que deles disseram maravilhas, como Jorge Sampaio que pensava estar na Finlândia quando inaugurou uma dessas unidades. Todos foram enganados pelo aparato e pela falta de transparência.
Falando na apresentação da candidatura de Alexandre Almeida à autarquia local, o líder socialista e primeiro-ministro de todos nós, destacou os dados do crescimento do país. Foi superior ao da União Europeia no último semestre de 2016 e com a inédita previsão de Bruxelas para um crescimento superior ao previsto pelo próprio Governo para este ano. Realçou o extraordinário resultado do défice mais baixo da democracia, a redução da dívida e a diminuição sustentada do desemprego, acompanhada da criação de emprego líquido.
Mas em Paredes a dívida aumentou exponencialmente, as obras são de fachada e a autarquia ainda corre o risco de ter que devolver alguns milhões que utilizou, mal ou indevidamente. A melhoria no país não se reflectiu no concelho onde as infra-estruturas básicas como o saneamento e a distribuição de água potável ainda não são acessíveis a todos e a sua resolução se encontra envolta num complexo imbróglio difícil de solucionar.
O desafio é grande e o futuro faz-se caminhando e enfrentando os problemas de forma realista e transparente.
António Costa disse “aqueles que me achavam optimista verificam que simplesmente fui realista relativamente àquilo que éramos capazes de fazer”, lembrando as palavras de reconhecimento do vice-presidente da Comissão Europeia, proferidas por ocasião da sua recente visita a Portugal.
Alexandre Almeida, candidato à presidência da Câmara de Paredes, diz o mesmo em relação ao concelho de Paredes. Não faz promessas milagrosas como a transformação do serrim em euros, mas é optimista e promete trabalhar para endireitar o concelho, caminhando dia a dia com esforço e realismo, encontrando as melhores soluções, resolvendo o que ficou por resolver, pagando o que ficou por pagar e crescendo no que ficou por crescer. Tudo isso terá que ser conseguido com humildade, transparência, ouvindo todos os sectores da sociedade e alicerçado numa equipa renovada de colaboradores, competentes e comprometidos com os mesmos princípios.
Na sua visita ao concelho, o primeiro-ministro António Costa disse que Paredes é um concelho fundamental para a economia do país, recordando o seu contributo no sector exportador de produtos portugueses da indústria do móvel, mas também nas capacidades ainda por desenvolver, aproveitando a facilidade de acessos rodoviários, a proximidade do mar e a integração na Área Metropolitana do Porto.
“É tempo de abrir um novo ciclo e de olhar para o futuro, e esse futuro, esse novo ciclo, só pode ser o ciclo do PS liderado pelo Alexandre Almeida”, concluiu, num rasgado elogio ao candidato socialista a este município do distrito do Porto.
Publicado no jornal Verdadeiro Olhar, março 2017