A importância da imprensa local no combate pela descentralização
Por José Carlos Barbosa
Presidente da Comissão Política Concelhia do PS Paredes
O surgimento de um novo jornal independente é sempre um motivo de satisfação para qualquer cidadão que acredite na democracia. A imprensa é essencial para a existência da democracia, vivendo lado a lado com esta, desafiando-a e dando voz aos seus cidadãos.
A criação de um novo jornal semanal em Paredes é, para mim, um duplo motivo de satisfação. Paredes é um concelho jovem, onde residem cerca de 87 mil pessoas, com uma área total de 156〖 km〗^2 e 18 freguesias. Num concelho com esta dimensão, a imprensa local assume um papel essencial na transmissão de informação de cariz regional.
Num país em que cada vez mais a imprensa está centralizada na capital, com o encerramento que se vem verificando de redações no Porto, até de órgãos de comunicação social do Estado (o que ajuda a explicar a queda acentuada desta mesma imprensa), torna-se cada vez mais difícil dar voz aos cidadãos, principalmente àqueles que não se encontram nos grandes centros.
A única forma de quebrar esta barreira e de permitir que as pequenas organizações locais, lúdicas ou políticas, divulguem o excelente trabalho que promovem é, sem dúvida, através da imprensa local, que tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante naquilo que é informação regional.
Como referi anteriormente, a imprensa atravessa um período exigente e de grandes dificuldades e, como tal, é ainda de mais louvar a coragem dos responsáveis em avançar com este ambicioso projeto, que acredito será fortemente apoiado pelos Paredenses. Eu, enquanto paredense, estarei sempre disponível para vos apoiar.
Mais um exemplo de grande coragem e trabalho político local foi a realização do Congresso Federativo do PS – Porto, que se realizou no passado dia 24 de março no Pavilhão Rota dos Móveis em Paredes. Este foi um congresso que exigiu grande esforço por parte da organização e, portanto, quero publicamente agradecer a todos aqueles que fizeram com que este Congresso tenha sido um grande sucesso, quero aqui também deixar uma palavra de gratidão ao líder da JS Luís Garcia que, depois da excelente mobilização durante a última campanha eleitoral, conseguiu também neste congresso reunir um excelente grupo de jovens que deu todo o apoio logístico necessário.
Este congresso teve grande importância para todos nós. Não só permitiu divulgar Paredes junto de socialistas de todo o Distrito do Porto, como também comemorar o grande momento de afirmação do Partido Socialista de Paredes após a histórica vitória eleitoral de outubro passado.
Quem participou neste grande congresso percebeu que a atual palavra de ordem é a descentralização, e aí também é de louvar o nosso atual presidente de Câmara, Alexandre Almeida, que recentemente aprovou em conjunto com a maioria PS a delegação de mais competências às juntas de freguesia, mostrando que a descentralização, que exigimos para o país, está já a ser feita a nível municipal, liderando pelo exemplo. Infelizmente, mas sem que nos cause surpresa, a oposição votou contra, provando que não existe uma oposição séria e colaborante, que quer o melhor para o seu concelho. Infelizmente em Paredes, e ao contrário daquilo que prometeram, o PSD foi incapaz de se renovar, vendo-se a marca “Celso Ferreira” presente em toda a equipa de vereadores e deputados municipais. Não surpreende, portanto, que, tal como o seu “treinador”, sejam incapazes de apoiar a delegação de competências, criando um concelho desigual, como fizeram durante os longos 24 anos em que estiveram no poder e ao qual os Paredenses disseram ‘Basta!’ em outubro passado.
Tive oportunidade de fazer o discurso na sessão de encerramento, onde falei da “má herança do PSD” (voltarei ao tema numa próxima edição) e dos primeiros 100 dias de governação socialista à frente da Câmara Municipal. Aproveitei também para falar dos problemas da linha do Douro que nos diz respeito a todos, até porque a estação mais movimentada na linha do Douro é a estação de Recarei-Sobreira cá no nosso concelho de Paredes.
Faço votos de grande sucesso à direção do YES Paredes. Espero e acredito fielmente que se irão pautar por jornalismo de isenção, qualidade e proximidade.
Artigo publicado no jornal YES Paredes