RENATO SAMPAIO: “QUEREMOS QUE O MEDITERRÂNEO DEIXE DE SER O MAR DA TRAGÉDIA”

Renato Sampaio: “Queremos que o Mediterrâneo deixe de ser o mar da tragédia”

Arrancou hoje, no Porto, o primeiro de dois dias da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, fórum que reúne deputados dos 27 países da região e mais 10 observadores. A crise migratória, os refugiados e a segurança são os principais temas em cima da mesa.

O objetivo desta assembleia, que reúne uma vez por ano, é que “cada um dos países representados possa influenciar os seus governos a implementar as decisões que aqui venham a ser tomadas”, esclarece Renato Sampaio, deputado do Partido Socialista e presidente da delegação portuguesa.

“O Mediterrâneo sempre foi um mar onde se cruzaram diversas culturas e civilizações. O que queremos é que continue a ter esse papel, de polo de desenvolvimento económico, cultural e ambiental, e que deixe ser o mar da tragédia”, afirma o deputado socialista.

 

Desta que é a 11.ª Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, Renato Sampaio espera que saiam resoluções “que combatam aquilo que tem sido uma prática de rejeição dos migrantes e dos refugiados”.

Ferro Rodrigues: “O mar que nos aproxima não pode funcionar de cemitério onde jazem refugiados”

A abertura da sessão plenária ficou a cargo do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que considerou este encontro como “muito importante”, porque sinaliza “justamente a vontade de cooperação entre os parlamentos que representam”.

Ferro Rodrigues assinala que “o Mediterrâneo, o berço da nossa civilização, é hoje o palco da nossa vergonha”, considerando que “o mar que nos aproxima não pode funcionar de cemitério onde jazem refugiados e migrantes que fogem do terror, da guerra e da opressão”.

Para o presidente da Assembleia da República, Portugal é um exemplo de solidariedade no acolhimento de imigrantes e refugiados e tem estado “na linha da frente da defesa dos direitos humanos, na defesa do direito de asilo e dos direitos dos refugiados”.

Nesta causa de direitos humanos é, para Ferro Rodrigues, necessário “construir pontes” e não muros.

Pela primeira vez em Portugal e a decorrer na Alfândega do Porto, a Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, que deverá votar e aprovar cerca de duas dezenas de relatórios e resoluções em matéria de migrações e segurança, termina já amanhã. A sessão de encerramento contará com a presença do primeiro-ministro português, António Costa.

 

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