Augusto Santos Silva: “PS não abdica da sua identidade”

Augusto Santos Silva foi o orador convidado no Plenário de Militantes “Garantir o Futuro” organizado pela Concelhia de Gondomar do Partido Socialista.

A Casa Branca de Gramido, em Valbom, encheu-se para receber o dirigente do PS e ministro num esclarecedor debate sobre a atual situação política do país, que contou também com a presença de Marco Martins, presidente da Comissão Política Concelhia do PS e presidente da Câmara Municipal de Gondomar.

Augusto Santos Silva afirmou que o PS tem “muito orgulho num ciclo político de seis anos que gerou resultados muitos importantes” para o país. Desde 2015, o Governo do Partido Socialista conseguiu o feito de construir “um quadro de estabilidade política e social dos mais longos que o país conheceu”, com a reversão da austeridade do período da troika e com a reposição de direitos e rendimentos. O Governo socialista “realizou e continua a realizar reformas muito importantes”, o que fez com que Portugal fosse reconhecido “com prestígio” na Europa.

A solução, de apoio de base parlamentar por parte dos partidos à esquerda do PS, “durou até que o preço exigido pelo PCP e pelo BE foi que abdicássemos da nossa identidade”. As exigências para a aprovação do Orçamento de Estado para 2022, significariam que “o PS abandonasse princípios básicos”, renegando a sua reforma da Segurança Social, as medidas implementadas que asseguravam as reformas não só do presente, mas também das gerações futuras, a quebra da relação com a concertação social, que Portugal passasse a estar no radar dos problemas da União Europeia e que adotasse uma posição contra as empresas, afirmou o governante.

Segundo Augusto Santos Silva, “o PS não pode abdicar da sua própria identidade, nem faltar às responsabilidades que tem com o seu eleitorado”. O ministro garantiu que “não compete ao PS pagar pelo preço da rutura” do entendimento político alcançado em 2015.

Augusto Santos Silva lembrou que o orçamento chumbou porque PCP e BE decidiram dar uma “vitória política à direita”, juntando os seus votos contra o Orçamento de Estado aos votos do PSD, CDS-PP, IL e Chega. Essa posição deitou por terra “aquele que dos orçamentos apresentados desde 2015, era o que mais se aproximava dos partidos à nossa esquerda”, sabendo que o seu chumbo “levaria a eleições antecipadas e ao fim deste ciclo político”. Assim, o preço a pagar por esta crise política “é muito simples”, sendo “necessário colocar o ónus no sítio certo”, defendeu o dirigente socialista.

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