Manuel Pizarro considera cerco sanitário ao Porto despropositado

Manuel Pizarro considera cerco sanitário ao Porto despropositado

O presidente da Federação Distrital do Porto do PS considera “infeliz e completamente despropositada” a ideia de um cerco sanitário à cidade para combater a infeção de Covid-19.

“A ideia de criar um cerco medieval à cidade revela um total desconhecimento da vida da região. Só no Hospital de São João, três quartos dos profissionais vêm de fora do Porto e uma percentagem significativa de fora da Área Metropolitana. Isso, só por si, revela que esse alegado cerco sugerido pela Direção-Geral da Saúde iria criar muitos mais problemas do que ajudar ao esforço contra a propagação do vírus”, alerta Manuel Pizarro, também médico e eurodeputado.

“Esse alegado cerco iria causar muitos mais problemas do que ajudar nos esforços contra a propagação do vírus”

Manuel Pizarro

Em declarações à Agência Lusa, o vereador socialista na Câmara Municipal do Porto afirma que “a cidade do Porto funciona, em relação a diversos serviços essenciais, com uma interdependência tal dos municípios vizinhos, da Área Metropolitana do Porto (AMP) e da região que esse cerco é uma impossibilidade prática”. Para Pizarro, está em causa, por parte da DGS, “uma visão centralista absurda”.

O Presidente da Federação Distrital do Porto do PS alerta que “em relação aos serviços essenciais, os hospitais centrais do Porto serão aqueles que mais chamam a atenção relativamente à interdependência entre este concelho e a região, mas há muitos outros”. Para Manuel Pizarro, “a partir do momento em que os números mostram um aumento significativo de casos diagnosticados no Porto”, é necessário “refletir sobre essa realidade”.  “Neste momento, nem sabemos se o aumento de casos não resulta apenas de estarmos a fazer bem o que é recomendado, ou seja, testar toda a gente”, avisa Manuel Pizarro.

“A partir do momento em que os números mostram um aumento significativo de casos diagnosticados no Porto é necessário refletir sobre essa realidade”

Manuel Pizarro

Segundo o Presidente da Federação Distrital do Porto do PS, poder-se-á questionar as medidas tomadas ou “avaliar se estamos a fazer tudo ao nosso alcance para limitar a propagação”, mas não avançar com uma cerca sanitária.

Dados da Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgados esta segunda-feira, e que se referem a 75% dos casos confirmados, indicam que o Porto é o concelho que regista o maior número de casos de infeção pelo Coronavírus SARSCov2 (941), seguida de Lisboa (633 casos), Vila Nova de Gaia (344), Maia (313, Matosinhos (295), Gondomar (276) e Ovar (241).

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