BIOGRAFIA DE ANTÓNIO ARNAULT JÁ ESTÁ NAS BANCAS E FOI APRESENTADA NO PORTO POR MANUEL PIZARRO

Biografia de António Arnaut já está nas bancas e foi apresentada no Porto por Manuel Pizarro

A primeira biografia de António Arnaut, o “pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi lançada este mês e já está nas disponível nas livrarias. No Porto, a apresentação ficou a cargo de Manuel Pizarro, ex-Secretário de Estado da Saúde e atual vereador na Câmara portuense e presidente da Distrital do PS Porto.

Andava boa parte do país a debater, apaixonadamente, a criação do Serviço Nacional de Saúde, quando António Arnaut é chamado ao telefone. Levanta-se do seu lugar na mesa que presidia aos trabalhos da Assembleia da República e desloca-se a um gabinete contíguo para atender a chamada. Do outro lado da linha, um amigo lança-lhe uma pergunta provocatória: “É do SNS”? A resposta surge pronta: “Sim, fala o próprio”.

O episódio, contado pelos jornalistas e autores da obra – António Arnaut – Biografia – , Luís Godinho e Ana Luísa Delgado, é demonstrativo da forma como o “pai” do SNS viveu apaixonadamente o processo de criação de um serviço de cuidados médicos universal e gratuito, uma das mais importantes conquistas sociais do 25 de Abril.

O livro desvenda os meandros desse processo, incluindo a chegada acidental de António Arnaut a ministro dos Assuntos Sociais (1978), as divergências políticas que levaram à rutura do Governo de coligação entre PS e CDS por causa do SNS e um pedido especial feito pelo governante a um “amigo fraterno” para que o despacho em que abre os serviços médicos a todos os cidadãos fosse publicado em Diário da República antes da queda do executivo.

Nascido numa família humilde de uma aldeia do interior beirão, António Duarte Arnaut ficará para sempre ligado a alguns dos momentos mais decisivos da História contemporânea portuguesa. Membro ativo da oposição à ditadura salazarista, foi o primeiro a assinar a ata fundadora do Partido Socialista, em 1973. Eleito deputado nas primeiras eleições pós-25 de Abril, é ele quem lê, emocionado, no plenário da Assembleia Constituinte, o texto da primeira Constituição da República Portuguesa aprovada em democracia. Nos três anos seguintes tem um papel decisivo na criação do Serviço Nacional de Saúde.

Para António Arnaut, os princípios éticos constituem a “trave-mestra” do exercício da atividade política. Por isso, quando os primeiros sinais de corrupção começaram a surgir nos corredores do poder, fez as malas e regressou a Coimbra para retomar a carreira de advogado, sem contudo abdicar de uma intervenção cívica que concretiza das mais diversas formas, na defesa dos valores por que sempre batalhou, enquanto homem livre, democrata, republicano e socialista.

Com esta biografia, os jornalistas Luís Godinho e Ana Luísa Delgado pretenderam registar o pioneirismo de Arnault na criação de um serviço de cuidados médicos universal e gratuito.

Nas palavras dos autores, a elaboração da biografia tem como intenção “ajudar a tornar melhor conhecida a vida e obra desta figura marcante da história portuguesa”, considerando que a criação do SNS representa uma das mais importantes conquistas do 25 de abril.

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