Orgulho: novos tempos, novas metas

Orgulho: novos tempos, novas metas

Por Joel Pais

 

Hoje saímos à rua para assinalar mais uma Marcha do Orgulho LGBTI, a 13.ª da história da nossa cidade, e a Federação da Distrital do Porto do Partido Socialista assinala a data hasteando orgulhosamente a bandeira arco-íris na sua fachada. Mas qual a verdadeira importância deste ato nos dias de hoje?

O PS sempre se afirmou e agiu como uma partido de liberdade e nada pode ser mais demonstrativo dessa luta do que ter como objetivo uma liberdade plena, para amar e para ser quem realmente é, fora de armários. Por isso, o facto das bandeiras do Orgulho e Socialista estarem hoje lado a lado não é mais do que uma metáfora de todas as lutas e causas travadas durante estes anos na defesa dos direitos humanos.

Contudo, há quem ponha em causa a existência desta e de outras marchas por pensarem que se trata de uma atitude diferenciadora, e até discriminatória, na luta por uma maior igualdade. Usam como argumento o facto de que estas e outras atitudes serem, supostamente, vinculadas a um “estereótipo” de género e sexual que marca diferenças com aquilo que é tido como normativo.

Não posso ser compactuante com este pensamento por vários motivos. Em primeiro lugar, continua existir, apesar da clara evolução de mentalidades, preconceitos óbvios para com a comunidade LGBTI. Seja a nível internacional, como campos de concentração ou execuções em praça pública; ou a nível nacional, como bullying homofóbico nas escolas e transfobia nas ruas. Diariamente as minorias sexuais e de género travam lutas na afirmação dos seus direitos de cidadania.

E, em segundo lugar, a Marcha representa o Orgulho. O Orgulho de se poder afirmar livremente quem é e das vitórias alcançadas. O Orgulho de, mesmo não pertencendo a nenhuma destas minorias, celebrar a atitude e evolução de um partido ou de um país na defesa de todas e de todos. O Orgulho é, essencialmente, uma grande festa para celebrar a fraternidade alcançada e aquela que ainda iremos alcançar.

Daí a importância desta atitude da Federação do PS Porto. Não se trata de um mero hastear de bandeira para assinalar uma data. É uma posição política que serve de exemplo a nível distrital, regional e nacional do compromisso de ativismo e cidadania necessários para a construção de uma sociedade mais justa, tolerante, fraterna e Orgulhosa. Aqui há mais cidadania!

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