SOCIALISTAS DO PORTO QUESTIONAM DESINVESTIMENTO DA TAP NO AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

Socialistas do Porto questionam desinvestimento da TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro

Na sequência das notícias que ontem vieram a público dando conta de que as viagens de longo curso operadas pela TAP ficam mais baratas a partir de Vigo que do Porto, um grupo de deputados socialistas eleitos à Assembleia da República pelo círculo do Porto questionou o Ministro do Planeamento e Infraestruturas sobre a política comercial da companhia aérea, cujas “obrigações de serviço público” consideram estar em risco no aeroporto Francisco Sá Carneiro.

“Ao longo dos anos, a TAP tem vindo a desinvestir neste aeroporto fundamental para o país, uma infraestrutura que lidera no contexto do noroeste peninsular, que ultrapassou recentemente os nove milhões de passageiros e que tem vindo a ser distinguido pelo Airports Council International como um dos melhores aeroportos europeus”, sublinham os parlamentares socialistas.

Como evidências desse desinvestimento, os deputados apontam o “corte de ligações do Porto para a Europa”, a “clara redução de voos intercontinentais”, e a criação de uma ponte área para a escala de passageiros para outras ligações em Lisboa, num quadro geral de “opções contrárias ao reforço da presença da TAP no Porto, incluindo nas contratações de trabalhadores”.

“Agravando esta situação, ontem foi noticiado que as viagens de longo curso com escala em Lisboa operadas pela TAP ficam mais baratas a partir de Vigo que do Porto, desviando desta forma a procura galega pelo aeroporto do Porto e introduzindo uma desigualdade que pode atingir centenas de euros para os mesmos voos”, denunciam os deputados na pergunta que tem como primeiro subscritor o deputado Tiago Barbosa Ribeiro.

Tendo em conta que “a TAP não é uma companhia privada e, a partir do momento em que o Estado recuperou parte do capital da companhia, é fundamental que assegure o serviço público em todo o país”, os deputados socialistas perguntam ao Governo se “considera aceitável que uma companhia de bandeira portuguesa, controlada maioritariamente por capitais públicos, tenha uma política comercial desta natureza”.

Para os parlamentares, com esta situação a TAP “reforça um centralismo feroz que agrava disparidades regionais” e, por isso, querem saber se o Ministério do Planeamento e Infraestruturas deu, ou vai dar, indicações à administração da transportadora aérea para que corrija a situação relativa ao aeroporto do Porto.

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